quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Crítica à paixão

Apaixonar-se é uma grande idiotice. A maior de todas as idiotices. Como pode um ser humano, dotado de tanta inteligência e raciocínio lógico, cometer a burrice de apaixonar-se por outro ser da mesma espécie? Ainda que fosse uma paixão por outro animal, como um cachorro, tudo bem.
Afinal de contas cachorro não tem TPM, não esgota o limite do cartão de crédito, não demora horas se arrumando nem se importa se você não lembra alguma data de aniversário.

Como pode um homem apaixonar-se por uma mulher ou vice-versa? (Isso sem contar os homossexuais) Ao que parece, a paixão é uma anomalia que ocorre no código genético de toda humanidade. Ela deve ter surgido milhares de anos atrás, quando o vovô macaco decidiu que, no seu galho, só iria haver lugar para uma macaca. Uma ideia, diga-se de passagem, idiota. A vida seria muito mais interessante se cada um pudesse ficar, sem se apaixonar, com quantas mulhers ou macacas quisesse, digo macacas porque algumas mulheres insistem no mau hábito de não se depilarem. Mas infelizmente a vida não é assim. Às vezes basta apenas um olhar ou um sorriso e o mundo perde mais um “homem-galinha”.

A paixão é um crime contra a sociedade. Não fosse ela, nem Romeu nem Julieta teriam suicidado-se. Dois jovens corações traídos por esse sentimento cruel. E o que dizer dos poetas que perdem suas vidas nesse vício mais nocivo que o cigarro? Paixão é uma droga. É só ver alguém com os olhos vermelhos, cabeça baixa, com o pensamento no “Mundo da Lua” ou com o olhar perdido, e pode-se chegar a duas conclusões: ou é paixão ou é maconha.

O governo deveria proibir a paixão em escolas e outros lugares públicos. Deveria existir uma campanha contra a paixão nas embalagens de camisinhas com frases do tipo: “O Ministério da Saúde adverte: paixão causa dor de cotovelo em caso de traição”, ou “Faça sexo seguro: não se apaixone por qualquer vadia”.

Chega a ser asqueroso ver um apaixonado dizendo aquelas frases do tipo: “Cadê a coisinha mais ‘totosa’ do mundo inteirinho?” ou “Desliga você primeiro!”. Ridículo. Tão ridículo quanto esta crônica, escrita por outra vítima desse abobalhamento apaixonante, desse mal maravilhoso do qual ninguém quer ser curado, desse veneno doce que adocica a vida e tempera a alma. Sim, admito que sou mais um idiota.


Cícero Jailton de Morais Souza

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