quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Apenas um menino quando...

Eu era apenas um menino
Quando tudo aconteceu
Corria, pulava, brincava
Por que isso aconteceu?

Não consegui entender
Como só comigo!
Perdi tudo que eu tinha
Até que eu achava ser amigo

Vi-me só em um mundo
Nada amistoso
E passei a chorar noite e dia
Lágrimas de raiva e desgosto

Nunca consegui entender !
Por que justo comigo?
Fiquei tão triste e revoltado
Que até hoje mágoa eu sinto

Passei a ser mais solitário
A viver sempre pelos cantos
A ter sempre um olhar vago
E sempre me acabar em prantos

Um dia talvez eu não acorde
E tudo isso esteja acabado
E só restará pessoas chorando em volta
De um corpo inerte deitado

Quando isso acontecer
Quero que todos saibam
Que eu amei viver neste mundo
Mas que nele eu não mais caibo

E assim será o fim da história de um menino
Que amou e viveu a vida e foi traido pelo destino.



Diogo Ferreira Silva De Azevêdo
Crítica à paixão

Apaixonar-se é uma grande idiotice. A maior de todas as idiotices. Como pode um ser humano, dotado de tanta inteligência e raciocínio lógico, cometer a burrice de apaixonar-se por outro ser da mesma espécie? Ainda que fosse uma paixão por outro animal, como um cachorro, tudo bem.
Afinal de contas cachorro não tem TPM, não esgota o limite do cartão de crédito, não demora horas se arrumando nem se importa se você não lembra alguma data de aniversário.

Como pode um homem apaixonar-se por uma mulher ou vice-versa? (Isso sem contar os homossexuais) Ao que parece, a paixão é uma anomalia que ocorre no código genético de toda humanidade. Ela deve ter surgido milhares de anos atrás, quando o vovô macaco decidiu que, no seu galho, só iria haver lugar para uma macaca. Uma ideia, diga-se de passagem, idiota. A vida seria muito mais interessante se cada um pudesse ficar, sem se apaixonar, com quantas mulhers ou macacas quisesse, digo macacas porque algumas mulheres insistem no mau hábito de não se depilarem. Mas infelizmente a vida não é assim. Às vezes basta apenas um olhar ou um sorriso e o mundo perde mais um “homem-galinha”.

A paixão é um crime contra a sociedade. Não fosse ela, nem Romeu nem Julieta teriam suicidado-se. Dois jovens corações traídos por esse sentimento cruel. E o que dizer dos poetas que perdem suas vidas nesse vício mais nocivo que o cigarro? Paixão é uma droga. É só ver alguém com os olhos vermelhos, cabeça baixa, com o pensamento no “Mundo da Lua” ou com o olhar perdido, e pode-se chegar a duas conclusões: ou é paixão ou é maconha.

O governo deveria proibir a paixão em escolas e outros lugares públicos. Deveria existir uma campanha contra a paixão nas embalagens de camisinhas com frases do tipo: “O Ministério da Saúde adverte: paixão causa dor de cotovelo em caso de traição”, ou “Faça sexo seguro: não se apaixone por qualquer vadia”.

Chega a ser asqueroso ver um apaixonado dizendo aquelas frases do tipo: “Cadê a coisinha mais ‘totosa’ do mundo inteirinho?” ou “Desliga você primeiro!”. Ridículo. Tão ridículo quanto esta crônica, escrita por outra vítima desse abobalhamento apaixonante, desse mal maravilhoso do qual ninguém quer ser curado, desse veneno doce que adocica a vida e tempera a alma. Sim, admito que sou mais um idiota.


Cícero Jailton de Morais Souza

sábado, 9 de janeiro de 2010

Saudades de um amigo de infância!

Meu coração dói de saudades de você
Nunca imaginei que isso pudesse acontecer
Mas você partiu, foi embora
Nos deixando muitas saudades

Me lembro de quando erámos
Apenas meninos
Nós brincavamos sem nos preoculparmos
Com o destino

Naquele tempo tudo era alegria
Aproveitavamos cada segundo, minuto, hora, dia
De forma intensa

Hoje dez anos se passaram
E eu recebi a triste notícia
De que você foi embora
Deixando um grande vazio
Nas nossas vidas

Agora só nos resta recordações
Daquele que pra muitos
Foi mais que um amigo, um filho, um irmão
Mas será eternamente
O nosso amado Ricardo.

Diogo Ferreira Silva de Azevêdo
TV: O Teleimperialismo

A televisão já se tornou mais que um membro da família brasileira. Ela está em todas as casas, em todos os bares, em todos os apartamentos, etc. chegou a nossas casas como uma caixa quadrada que transmitia imagens e sons, e hoje é cultuada como uma deusa.

Todos os dias milhões de pessoas admiram seu poder, sua grandeza, sua onipresença. Ficamos maravilhados com seu conhecimento “erudito”. Ficamos emocionados com seu sentimentalismo barato. Ficamos vidrados em sua programação alienada. Somos todos seguidores de uma mesma religião: O Televisionismo!

É impressionante como ela mudou e ainda muda a cabeça das pessoas. Eu me lembro que, há uns treze anos atrás quando a televisão tinha acabado de chegar lá em casa e ainda era preto-e-branco, meus pais queriam que nossa família tivesse sempre as refeições com toda a família reunida na mesa de jantar. Por isso eles nunca deixavam eu comer na sala assistindo televisão.
Hoje, nossa família faz todas as refeições reunida... Só que reunida no sofá da sala, assistindo televisão. Ela já está tão dentro da minha vida que eu já me acostumei a discutir meus problemas sentimentais com o Tony Ramos. Minhas tardes de domingo seriam vazias sem o “Domingão do Faustão”.

A televisão faz verdadeiras lavagens cerebrais nas cabeças das pessoas. Nós ainda não percebemos o tamanho do seu poder de dominação. Viramos ‘“telespectadores-zumbis”.

Perdemos nossa capacidade de pensar. Um dia desses vi minha pobre irmã hipnotizada assistindo à “TV Xuxa”. Meu Deus! A que ponto chegamos? Mas o pior, o que corta o meu coração e enche meus olhos de lágrimas, é o que estão fazendo com nossas pobres crianças. Elas são obrigadas a assistir programas como “A Turma do Didi”, o que elas fizeram para merecerem isso? São forçadas a ver desenhos que filtram aos poucos sua capacidade cerebral.

Mas para tudo isso existe uma salvação! Eu descobri uma falha nesse sistema imperialista televisivo. Uma falha que pode significar uma salvação da humanidade. Essa falha somos nós adolescentes intelectuais! O sistema esqueceu de nós e isso foi um erro terrível para eles. Nós, jovens dotados de uma inteligência suprema, de um alto grau de intelectualidade (e de quase nenhuma humildade) temos que nos juntar para enfrentar o inimigo.E é por isso que eu convoco agora, meu exército de soldados capacitados, ou seja, lesados que usam óculos e não têm nada melhor para fazer do que ler livros ou escrever crônicas idiotas. Vamos todos juntos! Chegou a hora de mostrar que somos mais que cérebros inteligentes em corpos feios! Vamos salvar todos aqueles que até hoje só nos humilharam, nos enxotaram, nos enxovalharam, nos enlamearam, nos envergonharam...

Levantem à cabeça soldados! Mostrem seu valor! Mostrem que valeu a pena todos esses anos enfiados em livros e cadernos enquanto aqueles que hoje precisam de nossa ajuda se divertiam assistindo TV. Mostraremos ao sistema do que somos capazes. Vamos à luta agora. Vamos, soldados! Agora! Agora!

Epa!!! Quer dizer, agora não! Agora está na hora da minha novela...


Cícero Jailton de Morais Souza
Ato sublime !

Durante muito tempo
Esperei pelo seu amor
E nesse tempo muitas vezes
meu coração você machucou

Pensei que não suportaria
A dor desse amor
Acordava no meio da noite
E não conseguia mais dormir

Pensando se nossa história
Antes do começo teria um fim
Me fiz forte e persistente
Lutando pra não desanimar

Sabia que você me amava
Via nos seus olhos
Quando me olhava

Mas não conseguia entender
O seu modo de agir
Em muitas dessas noites
Chorei pensando em ti

Chorava de saudades
Chorava de lamento
Chorava de tristeza
E de sofrimento

As noites eram longas
Na cama eu me revirava
Não conseguia dormir

Me levantava abria a porta
Saia sentava na calçada
Sentia a brisa fresca
Que em meu rosto tocava

E ali eu ficava horas pensando em você
Algumas vezes vi o quanto é belo
O alvorecer

Voltava pra cama
E exausto eu dormia
Tinha me tornado um ser noturno
Que troca a noite pelo dia

Foi assim até chegar
Aquele bendito dia
Em que meu coração

Pôde esvaziar-se de tristeza
E dar lugar a alegria
A alegria que em mim era escassa
Novamente pude ver

Depois que surpreendido por você
Escutei as doces palavras
Em sonho eu ouvia

Consumado meu sonho
E realizado meu desejo
Não senti sensação
Melhor no mundo
Do que a que senti

No nosso primeiro beijo
Durante o ato subliminar
Em que nos entregamos
Ao amor, a paixão, ao desejo.


Diogo Ferreira Silva de Azevêdo
Eufemismos

Eufemismo: “abrandamento de uma ideia desagradável, grosseira, triste, etc. pela substituição da palavra própria por outra mais agradável ou polida”. Essa é a definição de eufemismo que está no dicionário. Muita gente é contra eles. Para essas pessoas eles são uma forma de mentira ou verdade caricaturada. Para mim, o mundo seria um caos sem os eufemismos. Sem eles nós não estaríamos perto de uma terceira guerra mundial, mas talvez de uma décima (se é que teríamos sobrevivido às outras).

Como seria desagradável viver num mundo sem eufemismos. O que seria de mim sem os eufemismos? Quantas vezes eles não me livraram de incômodos e traumas que poderiam me marcar para a vida inteira? Por exemplo, quando eu jogava futebol, ou pelo menos tentava jogar, na escola, e o meu professor dizia depois de me colocar no banco de reservas:

- Você foi bom garoto, mas você sabe, eu tive que te tirar do jogo para melhorar o esquema tático do time. Nós precisamos pensar na equipe em primeiro lugar.

Eu sei que não era bem esse motivo. Na verdade o que ele gostaria de dizer era:

- Garoto, você sabe que sua praia não é futebol. Pelo amor de Deus! Você não passa de um perna de pau. Se eu fosse você iria praticar outro esporte, como xadrez. Talvez sua técnica nele seja melhor que no futebol.

É claro que ele nunca ia dizer isso para um aluno. Mas o engraçado é que o esporte que eu mais pratico hoje é o xadrez.

Outro que me marcou foi quando eu me declarei para o meu primeiro amor. Eu suava frio, tremia feito vara verde, ela na minha frente dizendo:

- Você é um cara legal, mas a gente nunca ia dar certo. Nós somos um pouco diferentes.
“cara legal”?! fala sério! Essa já escutei muitas vezes. Talvez o que ela queria dizer era:

- Olha pra você: um nerd, gordo e que usa óculos. Você acha que a gente tem alguma chance de ficar juntos?

Nossa!!! Já imaginou? Isso teria me traumatizado.

Eu nunca fui popular entre as mulheres e continuo não sendo. Mesmo assim eu sempre insistia em tentar conquistar algumas, mas não passava do “cara legal”.

Minha mãe usou muitos eufemismos pra proteger a minha honra e a minha dignidade quando eu era criança. Quando ela ia comprar alguma roupa para mim e dizia o meu número, o vendedor sempre olhava meio espantado para ela. Mas ela nunca deixava por menos e mandava:

- Sabe como é... ele é fortinho.

Boa mamãe! Isso que é defender a dignidade do seu Dadá. Eu chamo isso de eufemismo de peso. E se ela tivesse dito:

- Sabe como é...o menino é uma baleia! Não para de comer.

Ela teria acabado com meu amor de filho. Talvez eu tivesse virado um maníaco que anda por aí caçando a mamãe dos outros e chupando chupeta.

Mas eu também já usei muitos deles, embora eu não me lembre da maioria.

Por exemplo quando eu terminei o namoro com a minha primeira (e até agora única, mas isso não interessa!) namorada, eu disse para ela:

- Olha, minha cabeça não tá muito boa nesses últimos dias. Não é nada com você, mas eu preciso de um tempo.

“Não é nada com você” e “dar um tempo”, são desculpas meio velhas, mas foi a melhor maneira que eu encontrei de terminar o namoro sem fazer ela sofrer demais.

Como eu ainda sou muito novo, vou ouvir vários eufemismos no resto da minha vida. E posso até imaginar um dos próximos:

- O seu perfil não se encaixa nessa empresa.



Cícero Jailton de Morais Souza
bom galera demoramos mais enfim criamos um blog que vai tentar levar pra vocês um pouco do que somos, pensamos e sentimos. É isso ae espero que vocês gostem do conteúdo que vamos publicar, um abraço.